"Deus dorme nas pedras, respira nas plantas, sonha nos animais, desperta nos homens..." (AFORISMA INDIANO).


sábado, 12 de novembro de 2011

O POETA DE DEUS...





Bhagat Kabir Ji

Kabir, um iluminado poeta indiano




Poeta indiano, Kabir Das, teve seus poemas traduzidos do bengali para o inglês por outro grande poeta de sua nação, Rabindranath Tagore, Prêmio Nobel de Literatura. Traduzidos, então, para o português, foram publicados no Brasil pela Editora Attar, sob o título “Cem poemas de Kabir”.
Atribuem-lhe a tentativa de fusão entre o hinduísmo e o islamismo. Já o sikhismo, fundado por Nanak, inclui as obras de Kabir entre suas Escrituras Sagradas.
Segundo o tradutor José Tadeu Arantes, o nome que adotou, Kabir Das, é uma expressão de sua submissão a Deus e de seu ecumenismo religioso. Pois Kabir é a palavra árabe para "Grande". E Dasa, o termo sânscrito para "Servo". Kabir Das, o "Servo do Grande", nasceu na cidade santa de Benares (Varanasi), em 1398. Atribuindo-lhe uma existência extremamente longa, de 120 anos, seus seguidores afirmam que ele viveu até 1518. Porém os estudiosos ocidentais tendem a considerar 1448 como o ano mais provável de sua morte.

A vida do poeta, tal como é contada pelos fiéis, se confunde tanto com a de Cristo como com a de Moisés. Teria nascido de uma virgem, uma dama da casta dos brâmanes, que engravidou após ter visitado um templo hindu. Mas, como era solteira, abandonou o bebê, que foi achado e criado por um casal de tecelões islamitas.
De qualquer forma, Kabir nasceu como hindu e se sentiu atraído pelo islamismo; ganhava a vida como tecelão. Mas não quis optar entre as duas religiões e praticava o que chamou de União Simples. Aceitava do hinduísmo as teses da transmigração das almas e da Lei do Carma (o destino), mas não aceitava o ascetismo, a idolatria e a divisão em castas. Dos islamitas, incorporou a idéia do Deus único e da igualdade de todos os seres humanos em relação a Ele.

UM POEMA DE KABIR:

ONDE PROCURAR DEUS
Onde me procuras?
Estou contigo.
Não nas peregrinações ou nos ídolos,
tampouco na solidão.
Não nos templos ou nas mesquitas,
tampouco na Caaba ou no Kailash.
Estou contigo, ó homem,
estou contigo.
Não nas preces ou na meditação,
tampouco no jejum.
Não nos exercícios iogues ou na renúncia,
tampouco na força vital ou no corpo.
Estou contigo, ó homem,
estou contigo.
Não no espaço etéreo ou no útero da Terra,
tampouco na respiração da respiração.
Procura ardentemente e descobre,
num instante único de busca.
Kabir diz: escuta, com atenção!
Onde está tua fé, lá eu estou.



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