"Deus dorme nas pedras, respira nas plantas, sonha nos animais, desperta nos homens..." (AFORISMA INDIANO).


domingo, 27 de novembro de 2011

Banjaras:música e danças...


SOBRE CIGANOS BANJARA...






Tribos De Banjara Em India


Missão na Ásia: Índia

    A Igreja no Brasil aberta ao mundo

    N° 250 - Maio 1997 - pág. 33





(Fragmentos do artigo do Padre Renato Rosso).




"Estou a cerca de oitenta quilômetros de Jaipur, no norte do Rajastão, Índia, no meio da mata. Os arbustos maiores não passam de dois metros de altura, e tudo aqui é seco. As árvores foram derrubadas, e a vinte quilômetros já começa o deserto, que entra pelo Paquistão adentro.
Os Banjara fizeram dessas colinas um ponto de referência para o grupo. Mulheres, crianças e alguns homens se fixam por aqui, enquanto outros, jovens e adultos, procuram trabalho nas cidades e aldeias vizinhas. Depois de um tempo retornam. É hora de revezamento. Outros assumem a tarefa.
Dizem que tigres e serpentes são comuns nessa região, mas os ciganos sabem como se defender. Cães amestrados prestam uma boa ajuda.
 No passado, esses grupos de ciganos eram conhecidos como os "senhores da estrada". Andavam de um lugar para outro, atravessando rios e florestas. Como? Só Deus sabe.
Percorriam a Índia inteira, chegando até o Oriente Médio, para depois retornar. Atravessavam reinos inimigos entre si. Para se ter uma idéia, só o Rajastão era dividido em pelo menos cem pequenos reinos.
Os ciganos dispunham de um salvo-conduto especial para atravessar uma determinada região. É que todo mundo precisava do trabalho deles.
De fato, eles transportavam mercadorias, serviam de "correio" para as longas distâncias e eram também os banqueiros dos grandes senhores - podiam comprar ouro e trocá-lo por bens de consumo ou dinheiro.
Muitas vezes, o ouro e os objetos preciosos não eram carregados por eles em suas longas viagens. Preferiam enterrar tudo em lugares secretos. No momento certo, sabiam qual caixa-forte abrir para fazer os seus negócios.
Engana-se quem pensa que os Banjara se deslocassem em grupos de apenas algumas dezenas de famílias. Grupos de até 3 mil homens (sem contar as mulheres e as crianças) eram uma coisa normal.





Os Banjara nunca faziam guerra. Como outros grupos ciganos semelhantes, durante uma guerra, podiam ser recrutados para ajudar um determinado exército, mas nunca para o combate. Ficavam na retaguarda, prestando às tropas todo tipo de serviço necessário. Em caso de derrota, nada sofriam, porque todos reconheciam o seu valor social.
Outras atividades importantes eram a música, a dança, a acrobacia e o teatro nas cortes dos reis ou para os soldados.
Hoje, podemos encontrá-los aos milhões em periferias anônimas, pobres, às vezes miseráveis. Dignidade suficiente, porém, não lhes falta, numa sociedade que mudou muito desde os tempos em que eles eram reis das estradas, rios e florestas.
Gostaria ainda de lembrar os Hakkipikki, um povo de caçadores do centro-sul do país. Ou também os Gadha Lohar, que trabalham com metais. Ou os Rabari, pastores de ovelhas, cabras, gado e camelos. Ou, ainda, os Korwas...
Alguns Korwas deixaram de ser pastores para fabricar pulseiras, colares e especialmente coroas. Em seus acampamentos, todos fazem coroas: mulheres e homens, jovens e crianças. Coroas para hinduístas, muçulmanos e cristãos, vendidas nas portas dos templos, mesquitas e igrejas. É difícil falar de escola com eles, já que as crianças trabalham na produção de coroas.
Gostaria também de falar sobre os Kalibilias, os Nat e os Bopas, que são dançarinos, músicos, acrobatas, de circos."


EXTRAÍDO DA Revista :Sem Fronteiras

 AUTORIA DO ARTIGO:Padre Renato Rosso, 52 anos, missionário italiano, trabalha há mais de três décadas com o povo cigano. Viveu no Brasil, de 1984 a 1992, e atualmente acompanha os ciganos no Bangladesh e na Índia.(Esta pequena biografia do padre não foi atualizada).


Endereço da REVISTA:Cx. P. 55 - CEP 06751-970 Taboão da Serra, SP (Brasil) Fone: (011) 843.1221 e Fax (011) 842.1093 E-mail: camsp@mandic.com.br


Tribos De Banjara Em India
BANJARAS:
Os Banjaras são tribos nômades encontrados em Andhra Pradesh, em Bihar, em Madhya Pradesh, em Himachal Pradesh, em Gujarat, em Tamil Nadu, Maharashtra, em Karnataka, em Orissa e em Bengala ocidental. Os banjaras são considerados descendentes dos ciganos ( Rons) de Europa que migraram através das montanhas ásperas do Afeganistão, e estabeleceram-se ao sul, no deserto do Rajasthan.na India a 2300 anos. Estas tribos estão relacionadas aos ciganos europeus, que migraram provavelmente da India.


Imagens do Google.



sábado, 26 de novembro de 2011

MÚSICA INDIANA E INSTRUMENTOS MUSICAIS...










Junto com o teatro e a dança, na Índia a musica é sem duvida a actividade mais importante. Presente em todo o tipo de actos, é tão importante socialmente que elimina qualquer discriminação por razão de sexo, classe social ou casta, etnia ou religião. Se o músico ou cantor, homem ou mulher, é bom profissionalmente, não importa que seja budista, muçulmano ou cristão. Nas gentes que trabalham no mundo da música, a sua ideologia política ou religiosa fica em muito último termo. O que importa é a sua arte, que prevalece sobre todo o demais. Mesmo se perdoa que um bom músico ou cantor mude de religião ou de grupo político.
Por outra parte, a arte musical Indiana decorre por caminhos muito diferentes aos de outras culturas. Tem distinta notaçom musical e os símbolos musicais som outros. Porque também os instrumentos musicais, sobre os quais hoje falo no meu artigo, som próprios da Índia. Som peculiares deste grande país e nom aparecem noutras culturas e menos em Ocidente, algum que outro como a flauta (Bansuri) ou o violino e o harmonium. A riqueza da música indiana e dos instrumentos com que se toca é impressionante. Mais ainda, se somarmos aos mesmos as múltiplas variedades instrumentais das culturas dos povos tribais, que aqui muito abundam, como os Santales, os das ilhas do Índico e os situados ao norte do Estado de Assam, já no limite com a China.
Seguindo a classificação ocidental habitual de instrumentos de percussão corda e sopro, encontramos no subcontinente indiano um bom número deles, dos quais, como é natural, fazemos uma escolha dos mais destacados e importantes. Num pequeno artigo seria impossível incluir todos e sempre ficaria no tinteiro algum. Eis a nossa listagem:
1. De percussão : O mais popular e conhecido é a Tabla, típico no norte do país e, mais em concreto, em toda a Bengala (oriental e ocidental). Aprender a tocar bem a tabla, igual que a maioria de instrumentos indianos, leva muitos anos de aprendizagem e treino. Também do norte da Índia é o Pakhawaj (o j deve pronunciar-se como lh ou y grego e o h sempre aspirado) e a Nakkara. No sul da Índia temos o Ghatam, o Mridangam, o Thavil e a Khanjira. No Estado de Kerala destacam a Edakka, a Chenda e o Mizhavu. Em Karnataka o Sambal, o Karadi e aTala. Em Rajastham o Morchang, o Bhapang e o Khartal. Noutros estados e territórios, sem contar os das tribos, temos o Dimdi, o Dholak, o Badangshi, oMaam, o Pung, o Mandar de Bihar, o Dup de Andhra Prodesh, o Karadi Majalu e a Tayambaka.
2. De corda: Os mais famosos instrumentos indianos som os de corda, em que destacam os músicos mais virtuosos como o grande Robi Shonkor de Bengala. Na minha biblioteca particular de Ourense tenho em CD quase toda a sua obra e é um prazer escuitar as suas ragas tocadas com o Sitar. Este instrumento é, por isso, o mais conhecido. Ao escutá-lo, transmite paz e serenidade. Mas, pelos quatro cantos da Índia, encontram-se muitos outros instrumentos de corda também excelentes. Em Bengala destacam a Ektara, de uma corda, e a Doktara, de duas, que usam os músicos ambulantes chamados Bauls. Estám ainda o Sarod, a Vina, com as três variedades de RudraPulhavam e Vichitra Vina, o Sarangui, oSantur, a Tampura, o Rabab, a Chikara, o Banam, o King, a Pena, o Sindih Sarangui, a Kamaicha, a Sarinda, a Ravanhatta, o Gottuvadyam e o Violino.
3. De sopro: Finalmente, de sopro convém destacar especialmente a Bansuri(flauta), da qual existem muitos músicos virtuosos indianos. Também o Sanai, espécie de pequena trompete, o Nagaswaram, o Sundari, a Mukhvina, o Narh, aAlgoza, o Pavri, o Pungui, o Shankh, o Khangling, o Mashak, o Surnai, a Bankia, oKhung, o Bans, o Mohuri, o Kol, a Ransinga, o Harmonium e o Limbu. A destacar a presença também da gaita-de-foles indiana, instrumento muito antigo, que nos lembra o nosso nacional galego. E convém assim mesmo sublinhar que a música árabe, e também a persa, teve muita influência, na época dos mogóis, na música indiana.


 
HARMONIUM

Orquestra Indiana de Cordas

GAJAR HALWA-UM DELICIOSO DOCE INDIANO...




O GAJAR HALWA é um doce indiano feito de cenoura e leite, é muito gostoso e fácil de fazer.

Você vai precisar de:
  • 3 cenouras grandes raladas
  • 1 lata de leite condensado
  • 1/2 litro de leite
  • Pistaches à gosto(pode-se usar amêndoas ou castanha de cajú)
  • Passas pretas e brancas,tb à gosto
  • Bagas de cardamomo moídas a pó. 
Modo de fazer:

Em uma panela misture o leite condensado ao leite até uniformizar, ligue o fogo e junte a cenoura ralada, misture bem até ferver, deixe cozinhar até a cenoura ficar bem cozida e dar ponto de doce.
Tire do fogo e misture as passas e os pistaches grosseiramente picados ao doce de cenoura.
Juntar também o cardamomo moído. Mexer bem e levar ao fogo por uns minutos. Pode-se servir  numa taça, enformar ou colocá-lo num tabuleiro, deixá-lo esfriar  e servi-lo cortado em quadrados. Come-se quente ou frio, acompanhado de iogurte ou nata fresca batida (pode ser dispensado).

terça-feira, 22 de novembro de 2011

SHAKTISMO...O CULTO INDIANO DA DEUSA








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Existem três principais correntes da espiritualidade védica, são os vaishnavas (devotos de Vishnu), os shaivas (devotos de Shiva) e os shaktas (devotos de Shakti ou a Deusa).
Na tradição védica nunca o sagrado feminino foi deixado de lado e mesmo no vaishnavismo ou shivaismo o papel da Deusa é fundamental, NÂO EXISTE MASCULINO SEM O FEMININO OU SEJA NÂO EXISTE VISHNU SEM LAKSHIMI OU SHIVA SEM PARVATI.
O shaktismo ou “doutrina do poder” foca seu culto neste principio feminino na forma de Devi, para os shaktas Devi é o Supremo Brahman, Ela não é vista apenas como uma consorte de uma divindade masculina mais sim como a fonte da energia de qual o masculino é a parcela passiva.
O shaktismo esta mais ligado ao shivaismo e tem em Shiva o lado masculino mais transcendente e inativo como costumam dizer “Shiva sem Shakti é Shava ou seja um cadáver” também é bem conhecido um hino shakta composto por Sripada Sankaracarya chamado Saundalyahari onde é citado na primeira linha “ Se Shiva está em união com Shakti ,Ele é capaz de criar, se não Ele não é capaz nem de se mover”.
A história, do ponto de vista acadêmico, do shaktismo tem raízes muito profundas na Índia (assim como em todo o mundo) com artefatos que datam desde 22.000 anos!!!.
Nos Vedas existem diversos hinos dedicados as Deusas como o Sri Sukta, e varias deidades femininas são citadas como Ushas (o amanhecer), Sri (Lakshimi),Svaha (Ablução esposa de Agni), Sachi (Kali) para citar alguns exemplos.
Como dito anteriormente para os shaktas Devi é a Suprema Personalidade a personificação e energia de toda a criação, ou seja é o ÚNICO sistema religioso no mundo completamente orientado para o feminino, mais isso não isso não implica a rejeição do masculino.
Outro aspecto muito interessante do shaktismo é sua forte associação com o tantra, desde a adoração ortodoxa nos templos do Sul da Índia aos ritos mágicos e ocultos do Norte da Índia, principalmente no respeito a usos de mantras, yantras, e elementos de yoga, sempre 







Receita de Kulfi de Manga

Receita de Kulfi de Manga


Ingredientes

3 xícaras (chá) de polpa de manga bem madura, em cubos (mais ou menos, como preferir)
1 lata de leite condensado (usei menos do orgânico)
1 1/2 xícara (chá) de creme de leite fresco
1/4 colher (chá) de cardamomo em pó (mais, se preferir)
Pistaches picados a gosto


Modo de Preparo

Bata todos os ingredientes (eu adiciono os pistaches depois de bater) no liqüidificador ou processador. Coloque no congelador em ramekins, cubas de gelo ou forminhas de picolé, até firmar. Sirva com pistaches picados.


GRAU DE DIFICULDADE:FÁCIL 

TEMPO DE PREPARO:20' 


domingo, 20 de novembro de 2011

AFORISMAS DE BUDA...




LIGHT A CANDLE

"Mil velas podem ser acesas com uma única vela,
E a vida da vela não será por isso mais curta.
A felicidade nunca míngua por ser compartilhada."





Tudo o que somos é o resultado do que pensamos: está baseado em nossos pensamentos, é feito dos nossos pensamentos. Se um homem fala ou age com mau pensamento, a dor o acompanha; assim como as rodas seguem os pés do boi que puxa o carro.
Tudo o que somos é o resultado do que pensamos: está baseado em nossos pensamentos, é feito dos nossos pensamentos. Se um homem fala ou age com pensamento puro, a felicidade o acompanha como uma sombra que nunca o abandona.


Que um homem abandone a raiva, que ele abandone o orgulho, que ele supere todo aprisionamento! Nenhum sofrimento acomete o homem que não está apegado a nome e forma, e que nada chama de seu.

Que um homem supere a raiva pelo amor, que ele supere o mal pelo bem; que ele suplante o cobiçoso com a generosidade, que ele suplante o mentiroso com a verdade!

sábado, 19 de novembro de 2011

RELATO DE UMA VIAGEM À ÍNDIA...






Viagens culinárias: Índia. 

 Gordon Ramsay  

                                                                                                                                                       "Quando veio a oportunidade de uma aventura culinária na Índia, a escolha era simples. Era a chance de uma vida para escapar da rotina diária e descobrir a verdade sobre a cozinha indiana. Eu sabia que a verdadeira comida indiana não seria encontrada em restaurantes de luxo ou em hotéis; pelo contrário, tive que viajar pelo país e comer em restaurantes comuns, indiferente às questões de casta, classe ou diferenças religiosas. Minha jornada começou no norte, na capital, Nova Delhi, lar de 17 milhões de residentes. Assim que cheguei à cidade a primeira coisa que me deixou perplexo foi o absoluto contraste entre a riqueza e a pobreza severa que estava aparentemente em todos os locais, mas logo notei que não importava qual fosse a situação individual, quase todo mundo apresentava no rosto uma largo sorriso.Os habitantes de Delhi também pareciam estar trabalhando constantemente, dia e noite; ainda assim, em meio à toda confusão, percebi um senso real de caos organizado como nunca antes havia experimentado. De fato, este foi o sentimento que tive em quase todas as cidades indianas pelas quais passei, mas a Velha Delhi foi certamente o maior choque cultural.

As vistas do Forte Vermelho eram maravilhosas, e havia vários e belos templos por todos os lugares que você olhasse, mas, no meio daquilo tudo, eu me espantava ao ver as fileiras de tendas vendendo de tudo, de telefones celulares a sapatos, comida e motocicletas Honda!

REFEIÇÕES NAS RUAS DE DELHI...

No que concerne à comida, minha refeição mais memorável em Delhi aconteceu no legendário restaurante Moti Mahal em Daryaganj, onde pratos clássicos como tandoori chicken e butter chicken (um dos meus favoritos) foram inventados há mais de 60 anos. Foi lá que conheci Seema Chandra, uma renomada escritora e crítica culinária, que me explicou que a comida na Índia é bem diferente da comida indiana que se come na Bretanha. De acordo com Seema, a verdadeira comida indiana é encontrada nas ruas e nas casas das famílias. Os indianos historicamente não possuem uma cultura de restaurante, ainda que isso agora tenha mudado, e (para aqueles que podem bancar) comer fora se tornou um passatempo popular. Muitos lares possuem serventes ou mães e avós que preparam refeições frescas e deliciosas para toda a família, três vezes ao dia. Trabalhadores que não têm tempo de voltar para casa para almoçar compram sua comida barata e deliciosa na rua, que os sustentam até que cheguem a casa para o jantar; as crianças levam seus lanches para a escola cuidadosamente embalados em suas lancheiras, enquanto as pessoas em geral comem algum lanchinho na rua mesmo antes de irem comer as refeições principais em casa. Essa ênfase na comida tradicional caseira mostra que as receitas vêm passando de geração a geração e raramente têm sido compiladas, de modo que, se eu quisesse provar da legítima cozinha indiana, teria que sair da toca e botar as mãos na massa.
Uma das primeiras coisas que aprendi foi que a comida é muito importante na Índia. Até o mais humilde encontra um jeito de comer bem com comida barata e saborosa. 


                                                    


Compreendi isso a bordo do trem Mangalore Express quando de minha ida a Lucknow, a principal cidade em termos de comida e de cultura. Consegui um avental e me meti na cafeteria do trem na tarefa de preparo dos legumes. Ali, um time de cinco chefs e vinte garçons preparam e servem comida fresca para mais de 400 passageiros por dia. Por um equivalente a 110 libras mensais, os chefs trabalham 10 horas por dia, 6 dias por semana em meio aos mais desafiadores ambientes de trabalho. Potes barulhentos chacoalhando e o forno portátil deslizando de acordo com os movimentos do trem. Ainda assim, eles tomam grande cuidado para produzir refeições quentes e saborosas para as massas – tudo muito distante da deplorável comida industrializada servida nos trens da Grã-Bretanha.




Depois de experimentar a rica e indulgente comida do norte, saí em busca de uma culinária mais voltada à cozinha básica, e em territórios pouco familiares. Minhas viagens me levaram ao distrito pobre e remoto de Bastar, na parte central do estado de Chhattisgarth. A especialidade local aqui é o chakra, um chutney quente e picante feito de pimentas malaguetas picadinhas, sal, gengibre em pó fresco e um ingrediente secreto local: formigas! Por razões óbvias não incluí a receita nesse livro, mas a tribo local me ensinou o real significado de viver de acordo com os recursos da terra. Cada ingrediente é buscado localmente, e por conta da falta de refrigeração dá-se muita ênfase aos produtos frescos.




A seguir, minhas viagens me levaram às áreas costeiras de Kerala. Com suas belas e exuberantes cidades litorâneas, essa é uma parte mais calma e e muito mais relaxada da Índia – exatamente o que eu necessitava depois de um exaustivo par de semanas perambulando pelo país. Naturalmente, arroz e peixe são a base de seus pratos, porém, por possuírem uma razoável população cristã na área, carnes de porco e de gado acabaram entrando no menu. A comida é mais leve, o leite de coco substituindo a manteiga e o creme de leite, e mais perfumada, por conta do uso liberal de especiarias e folhas frescas de curry.
Nenhuma viagem para Kerala está completa sem uma visita ao mercado das especiarias, e eu fiquei extremamente impressionado com os multi-coloridos mercados de Cochin. A imagem das gigantescas pilhas de gengibre, cúrcuma, canela, cardamomo e açafrão (assim como a fragrância intoxicante do ambiente) ficará marcada para sempre em minha memória.
Foi naquele mercado que me dei conta de que uma das coisas mais importantes para aprender sobre a culinária indiana é a delicada arte das especiarias. Embora o uso dos condimentos varie de acordo com a região, crenças religiosas ou simplesmente preferência pessoal, o uso criativo dos temperos é o elo entre todas as comidas. Os pratos indianos podem nem sempre queimar a sua língua (ainda que alguns façam isso), mas eles sempre serão aromáticos e temperados. O segredo está em saber como extrair os sabores naturais de um condimento ou mudar o padrão básico de seu tempero – seja fritando em óleo, tostanto ou moendo – e usá-lo para acentuar os ingredientes principais de um prato. A combinação das especiarias não pode ser ensinada; você tem que testar e experimentar enquanto vai aprendendo com seus erros e acertos.




Minha aventura culinária terminou em Mumbai (formalmente conhecida como Bombay). A cidade é o centro econômico e cultural do país, onde cerca de 200 línguas ou dialetos são falados em suas metrópoles. À primeira vista foi desanimador ver as aparentemente intermináveis extensões de cortiços envolvendo a cidade. Entretanto, numa inspeção mais apurada, foi espantoso ver que há uma comunidade próspera trabalhando e vivendo dentro das construções com seus telhados de meta
l ondulado.
Passei um dia inteiro na favela de Dharavati, lar de mais de um milhão de pessoas, aprendendo a preparar o sambar, um prato clássico de lentilhas e legumes delicioso, muito leve e nutritivo. É um dos pratos vegetarianos mais amados no sul da Índia, e é comido tanto com arroz branco quanto com bolinhos de arroz fermentado chamados idli. Eu realmente fiquei impressionado com o cuidado e a atenção aos detalhes no preparo do sambar. E o mais importante: o sabor do prato ficou fantástico (mesmo para um carnívoro radical como eu), muito superior a qualquer comida vegetariana que temos na Bretanha.





Eu posso não ter coberto cada um dos pratos típicos de cada região durante meu relativamente curto tour culinário, mas o conhecimento que eu acumulei dessa viagem é imenso. Sou muito grato a todas aquelas pessoas que me entretiveram, inspiraram e me acolheram durante o que foi, posso afirmar com segurança, a coisa mais excitante que fiz na vida. A Índia é um lugar de paixão – tanto para a comida como para a vida. A cozinha é um reflexo do povo e de sua cultura, que é maravilhosa, vibrante e multifacetada. Jamais esquecerei o tempo que passei nesse país incrível e não vejo a hora de voltar".



(Gordon Ransay é um chef de cozinha famoso na Inglaterra,apresentando programas culinários na TV.)

REFEIÇÕES NUM TREM...
ESPECIARIAS...

terça-feira, 15 de novembro de 2011

FLORES DA ÍNDIA...


JASMIM-DA-ÍNDIA


O Jasmin-da-índia tem a característica interessante de produzir flores que mudam de cor. Elas nascem brancas e com o tempo se tornam vermelhas,têm um suave perfume.



TUMBÉRGIA AZUL

ARGIRÉIA...

As flores na índia tem um papel muito especial, além de aromatizar e enfeitar as casas, elas são usadas para fazer os pushpamalas, as conhecidas guirlandas. Estes delicados e belos colares são oferecidos como sinal de respeito e honra,para dar boas vindas aos visitantes e principalmente para honrar mestres espirituais e deuses.

Depois das cerimonias religiosas nos templos os colares de flores são colocados nas imagens e se tornam muito requisitados pelos devotos,pois acredita-se que tragam a energia amorosa dessa entidade para dentro de casa.


Divindades e suas preferências:
Ganesha, o Deus da prosperidade gosta de dálias e Ibiscos.
Vishnu, o Deus criador gosta de jasmins.
Shiva, a divindade da transformação prefere cravos.






DÁLIAS...



HIBISCO ROSA...



CRAVOS...



Lótus:símbolo da pureza.



CASTANHEIRO DA ÍNDIA


O Cártamo
É uma planta oleaginosa parente do girassol. Seu nome científico (Carthamus Tinctorius) vem do hebraico e pode ser traduzido como ‘tingir’, devido ao corante alaranjado obtido das suas flores. Na Índia, onde é conhecido como “kusumba”, o CÁRTAMO é muito usado na medicina popular. De suas flores secas é preparado um chá para tratar a icterícia e pedaços da planta adicionados a óleo de gergelim aquecido são usados para tratar dores reumáticas e artrite. Mas o seu grande trunfo para a saúde humana está no óleo extraído das suas sementes, rico em ácidos linoléico 70% (Omega 6) e oléico 30% (Omega 9).

A Índia é um dos maiores produtores de jasmins.

Descanso na Colheita do açafrão...



A Curcuma longa L., da família Zingiberaceae, conhecida como açafrão-da-terra, cúrcuma, turmérico, açafrão-da-índia, açafroa e gengibre amarelo, é 
uma planta originária da Índia e cultivada em todo 
o mundo tropical para uso medicinal e condimentar. No mercado internacional é considerada uma 
preciosa especiaria por compor os famosos temperos orientais (DUARTE et al., 1989). 


Saraca indiana ou Açoca: planta sagrada na Índia,segundo 
a lenda,Buda nasceu sob um pé de Açoca... 





Vale das flores na Índia...

O Vale das Flores do Parque Nacional do Himalaia,no norte do Estado de Uttaranchal,é famoso não apenas por seus gramados floridos,mas também por abrigar animais raros e
ameaçados de extinção como alguns tipos de leopardos e ursos.O local é considerado
ideal para o desenvolvimento do padrão sócio-econômico da área.
Foi considerado como patrimônio da humanidade pela UNESCO.


segunda-feira, 14 de novembro de 2011

DANÇAS INDIANAS...





SHIVA:O SENHOR DA DANÇA...



A palavra Sânscrita "Nataraja"significa "o Rei da Dança", e nesta forma diz respeito à dança da transformação ou da destruição, no fim de um ciclo, protagonizada pelo Sr Shiva, fazendo assim, o movimento eterno do universo.(...) Siva dança sobre um anão que representa a ignorância. As chamas que o rodeiam, também, dizem respeito à energia pura, e o sagrado mantra OM (aum).





Shiva possui vários nomes, os principais são: Pashupati, Nataraja, Shambo, Shankara, Ardharísshvara, Mahadeva, Bhikshatana, Veenadhara, Yogeshvara, entre outros. Na forma de Shiva Nataraja, ele aparece como o Rei (raja) dos Dançarinos (nata).


Na Índia a dança está associada a vida; a criação e a destruição são uma dinâmica universal, simbolizada por Shiva Nataraja, dentro de um círculo de fogo; nele o universo se interage e se cria, dando vida e movimento a tudo que existe, atingindo a verdade através de sua dança, que segundo Saraswati (2006) somam-se 108. “O significado mais profundo da dança de Shiva é sentido quando se compreende que ela acontece dentro de nós” 


As cinco atividades de Shiva (que são as atividades divinas): a criação (srishti), a manutenção/preservação (sthiti), a destruição (laya ou samhara), a reencarnação (tirobhava) e a salvação (anugraha) são chamadas de panchakria (penta-atividade de Shiva).



Kathak

Uma das sete danças clássicas da Índia, a palavra "Katha" quer dizer história e esta dança está diretamente ligada com os contadores de histórias que iam de vilarejos em vilarejos contando as histórias dos Deuses e Deusas. Tem movimentos de giros intensos, elevações de braços e muita expressividade. É uma dança do norte da Índia. É muito sensivel tem detalhes em cada coreografia e nas formações dos bailarinos que podem ser apreciados como únicos. Uma das maiores características desta dança é o diálogo entre os dançarinos e os músicos através da percussão dos ghungros(guizos)

No ocidente a dança indiana é apreciada com mistério e admiração pelo público. Esta dança está ligada com as mais profundas raízes culturais da Índia, ela esteve por muitotempo associada somente aos templos e era uma oferenda aos Deuses. Incrivelmente, manteve-se intacta graças ao sistema Devadasi, que era um sistema de sacerdotisas e dançarinas preparadas para a vida no templo, utilizando a dança e as artes como fonte de inspiração e autoconhecimento.
Profª e bailarina Krishna Sharana

Bharata Natyam é considerado um dos estilos mais antigos da Índia, sua origem se deu na região de Tamil Nadu e suas posições reconstituem as antigas esculturas dos templos. É uma dança devocional, ou seja, está ligada com a parte espiritual da tradição hindu, através desta dança são contadas histórias dos deuses, e também representados estados emocionais pelo qual o ser busca a iluminação.


BHA - BHAVA ou emoção, expressividade
RA- RAGA ou melodia
THA - TALA ou rítmo

BHARATA também era o nome de um rei que reinava na região onde atualmente  a Índia era chamada de Bharata.
Com as invasões àrabes e depois a colonização inglesa, esta arte perdeu muito, a sua categoria caiu para um patamar quase marginalizado, devido à falta de conhecimento dos invasores com relação à filosofia (védica) e também a não compreensão da arte.

O resgate desta dança surgiu a partir da década de 30 com Krishna Iyer e depois com Rukmini Devi* que aos 30 anos iniciou seus estudos na dança contribuindo futuramente com a consolidação e o retorno do Bharata Natyam.


*Rukmini Devi Arundale numa foto da época:

Esta é uma dança que trabalha especialmente a linha do corpo.Exige da dançarina concentração mas, também a técnica para unir leveza e exatidão em representações graciosas. As danças são apresentadas em níveis de repertório que variam de complexidade entre danças abstratas(Nritta) ou danças expressivas(Nrtya).

Extraído:Madhava Keli