"Deus dorme nas pedras, respira nas plantas, sonha nos animais, desperta nos homens..." (AFORISMA INDIANO).


quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O ISLAMISMO NA ÍNDIA...


O TAJ  MAHAL-UM TRIBUTO AO AMOR...


Taj Mahal, uma das 7 maravilhas do mundo, praticamente todos já o viram em inúmeras fotografias, mas o que poucos sabem, é a história que está por traz deste inigualável monumento. O Taj Mahal, é não mais do que uma ode ao amor e representa toda a eloquência que este sentimento pode ser. Durante séculos, o Taj Mahal inspirou poetas, pintores e músicos que tentaram capturar a sua magia em palavras, cores e música. Viajantes cruzaram continentes inteiros para ver esta esplendorosa beleza, sendo poucos os que lhe ficaram indiferentes. Foi construido pelo  XÁ JHAHAN, para sepultar sua amada,Mumtaz Mahal,que morreu ao dar à luz ao seu décimo quarto filho.


"TAJ" SIGNIFICA "COROA",  EM PERSA E," MAHAL" É ARÁBICO E SIGNIFICA " LUGAR". 



A chegada do Islã na Índia

Com a promoção de Bagdá (Medina Bagdá), nas margens do Rio Tigre, como centro do califado Abássida, entre 813-833, o islamismo tomou impulso em direção à Ásia. Descendo pelo Golfo Pérsico e atingindo o Oceano Índico, os conquistadores islâmicos entram pela embocadura do rio Indo, a região do Sind, em direção ao interior levando à força da espada a palavra de Maomé e o sagrado livro do Corão.Outra leva de muçulmana vindos ao abrigo da bandeira verde do Profeta, turcos e afegãos, entrou pelo noroeste do subcontinente instalando-se no Vale do Indo. Estes invasores, graças a destreza militar e a excelência da sua cavalaria, conseguiram impor-se frente às forças dos reis e rajás indianos apoiados por elefantes.
Três arremetidas sobre o norte-nordeste da Índia são apontadas como fundamentais na fixação definitiva dos muçulmanos no Hindustão. A primeira deu-se entre os séculos VIII e X quando formaram-se obscuros reinos árabes na região do Sind. A segunda data de janeiro de 1025, ocasião em que o belo e rico santuário de Shiva no litoral de Gujarat, caiu m mãos do chefe turco Muhammad de Gward, de fé islâmica, fazendo com que um imenso patrimônio ajudasse-o a tornar Lahore o centro do seu reino. A terceira deu-se no ano de 1192, data da batalha definitiva de Tarai, onde al-Din Muhammad de Ghauri infringiu uma derrota no rei hindu Prithvi, abrindo caminho para Deli. Em três séculos, a presença dos muçulmanos no norte e no nordeste da Índia tornou-se irreversível.

Muslim e Hindis



Mesquita Jami Masgid, em Nova Delhi.
O Islã tem sua origem na pregação do profeta Maomé, morto em 632, em Meca, na Arábia, e sua comunidade (a Umma) não reconhece qualquer tipo de diferença, seja de classe, cor, cultura, ou civilização. Todos submetem-se ao Único. Celebram Alá e tem o Al Qur’ân, o Corão, “leitura”, “lição”, como seu livro fundamental. O fato do muçulmanismo ignorar as diferenças de casta, seu apelo igualitário, fez com que atraísse os pobres indianos e todos os que se sentiam desconfortáveis no hinduísmo. Monoteístas severos e pudicos (as mulheres são obrigadas a usarem véus), conflituam-se com o politeísmo e a maior tolerância sexual dos hindus, cujos templos estão repletos de estatuas que reproduzem atos sexuais explícitos.
Segundo dados estatísticos, o Islamismo é a religião que mais rapidamente ganha adeptos na atualidade. A origem do Islamismo é remontada ao século VII d. C. com as revelações de Alá ao profeta Maomé. A religião reconhece Alá como seu único deus, assim como reconhece em Maomé o legítimo profeta de seu deus. Os textos sagrados islâmicos são: o Alcorão, obra que contém as revelações de Alá a Maomé; o Hadith, contendo os pensamentos e as ações de Maomé; o Sunnah, conjunto de regras de conduta a ser seguido pelos islâmicos.
Duas vertentes são reconhecidas no Islamismo : os sunitas (o maior e mais ortodoxo grupo islâmico, constituindo maioria religiosa em países como o Iêmen e a Arábia Saudita, entre muitos outros) reconhecem a sucessão de Maomé por Abu Bakr e pelos três califas que o seguiram; os xiitas reconhecem a sucessão de Maomé por Ali, seu sobrinho. Os símbolos mais importantes para os islâmicos são a família e a mesquita, os elementos centrais da vida dos seguidores do Islamismo. As práticas religiosas são fundamentais, como por exemplo as cinco preces diárias a Alá; há também o dever para com os necessitados de se oferecer uma parte dos bens; durante a data do Ramadan, entre o amanhecer e o entardecer, há a obrigação do jejum; todos os seguidores da religião, pelo menos uma vez em sua vida, devem realizar a peregrinação à cidade de Meca, simbolizando a própria peregrinação de Maomé à esta cidade.


AS ARTES E ARQUITETURA INFLUENCIADAS PELO ISLAMISMO,NA ÍNDIA


 O mundo islâmico – do Alântico ao Mar da China - incorporou a herança comum, que influenciou profundamente as artes quando chegaram a Índia. Uma enorme quantidade de emigração de arquitectos muçulmanos, artesãos e artistas desenvolveram um papel importante na fusão de duas tradições nas várias formas de arte.

Na tradição islâmica da adoração comunitária, masjid (mesquita) é o lugar de prosternar para o jama’a (congregação), especialmente o masjid al-jama’a (mesquita de Sexta-feira). O uso da cor na arquitectura islâmica é um sucesso especial. O exemplo é o uso de azulejos da cor de turquesa e azul na abóbada do túmulo do santo ou da mesquita, em contraste forte com o controle cromático visível em outro local. Diferente dos temas simbólicos ou representativos em outras culturas, essa ânsia decorativa que surge de um desejo puramente decorativo passou a ser o marco da arte islâmica. Outra expressão artística islâmica é manifestada pelo chahr bagh, Jardim com quatro partes, considerado como reflexo terrestre do paraíso.

Tais jardins podem ser observados na Espanha, Ásia Central e Índia, muitas vezes revelando o caminho usado pela arte islâmica para alcançar esses lugares. Esses jardins são normalmente planeados com caminhos geométricos, caminhos de água e árvores. Outra influência da imagem de paraíso nas artes decorativas pode ser observada nos tapetes exóticos desenhados na Pérsia e Índia. Finalmente, o movimento Sufi, que cresceu entre aqueles que desejavam estar em contacto próximo com Deus e alcançar as margens da Índia mesmo antes dos conquistadores islâmicos conquistarem, envolviam sama (música), poesia raks (dança) como meios de intensificação do amor por Deus e sentido o estado de extasia. Tais práticas contribuíram muito para as artes de palco, dentro do quadro místico. Em artes visuais, a Índia pré islâmica observou uma grande quantidade de templos hindus e jainistas, viharas budistas (templos) palácios e fortalezas reais. O islamismo trouxe consigo mesquitas para oração colectiva, uma prática distinta daquilo que teve lugar dentro do sanctum sanctorum do templo – a oração individual para a salvação. O islamismo também trouxe consigo a tradição de maqbara (mausoléu em homenagem aos mortos), uma estrutura não observada até então na Índia. Enquanto o mausoléu poderia ser octogonal, quadrado ou rectangular, o único preceito religioso era enterrar os mortos voltados para o oeste, isto é, para Meca. Finalmente, as cidades islâmicas incorporavam prédios seculares tais como madarsa (escola), darwaza (grande portão), sarai (pousadas). Diwan-I-Am (local de reclamações públicas), Diwan-I-Khas (local para confabulação secreta), hamam (banheiro), khwabgah (quarto de dormir) e daftar (escritório), entre outros.



Akbar, o Grande (1542-1605). 






PINTURA RETRATANDO A HORA DA PRECE,AUTOR DESCONHECIDO.

Xá Jahan
IMAGENS DO GOOGLE.

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